domingo, 2 de março de 2014

Photographia(S)

"De quantos fios se faz um fim-condutor? Entre um final e um princípio ocorre-me uma ponte: duas margens num rio. Quantos fins comporta um fim? Ocorre-me uma árvore e seu tronco e seus ramos e outros tantos a bordejarem céus. Não creio que os haja. Dizemo-los porque as palavras pedem coisas que as criem para que sejam dizíveis. Da mesma sorte as cartas pedem para serem escritas, para que sejam lidas e relidas e esquecidas. Assim a tristeza. Em tonalidades; tantas quantas as inclinações da luz. E somos isso: Um relógio de Sol cujas sombras se expandem e retraem na sua órbita. Quantos começos confinam um fim? Ocorre-me um bater de asas, do ir e vir: Lonjura e regresso. Fio-de-terra: Para que entre a terra e o céu Possamos. Ser. E na península do mais extremo dos ramos um botão predizendo a flor." Filipe M.



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