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segunda-feira, 18 de junho de 2012

As ruas de Lisboa a encherem-se de lixo...

É incrível o estado em que a cidade de Lisboa se encontra.
Em breve teremos um sério problema de saúde público, se já não estamos a ter. Esta situação já dura há alguns dias. As ruas de Lisboa estão cheias de lixo e mais lixo. É uma vergonha.
Será que o Sr. Costa não consegue fazer nada?...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Minerios: A vida debaixo de terra








Texto de Fernando Dacosta / Fotografia de Jorge Barros

A luz no fundo (no alto) dos túneis, imperceptível e bruxuleante a princípio, recortada e firme depois, revela-se, quando nos encaminhamos para a saída, a luz mais envolvente que alguma vez sentimos. A subida para o exterior, se feita ao entardecer, ou ao amanhecer, dilata-nos de uma vibração, de uma aquosidade únicas. Mágicos de sombras secretas, os mineiros detêm uma reminiscência, uma duplicidade inatingíveis aos comuns”.

O jornalista e escritor Fernando Dacosta e o fotógrafo Jorge Barros retratam a vida debaixo da terra, arriscada em séculos anteriores e, actualmente, substituída pela tecnologia informática. Apesar dos punhos e da picareta terem sido trocados pela broca mecânica, as minas continuam a exercer para muitos o fascínio: o cheiro, a escuridão, os milhares de quilómetros escavados pelo homem, labirintos que a mãe natureza permitiu explorar.

Liturgias de terra

As zonas de Portugal onde, ao longo dos séculos, se abriram, se demarcaram explorações de minérios, formam uma espécie de ilhas no corpo do País. Ilhas alinhadas em pequenos arquipélagos sobre veios abertos e fechados ao longo das geografias, dos tempos, dos interesses, das sobrevivências, das contingências.
Gente de características muito próprias (em hábitos, sofrimentos, solidariedades, sonhos) povoam-nas de fora para dentro, do exterior para o interior, da luz para as sombras, no cumprimento de destinos quase sempre imperscrutáveis.

A terra exerce sobre os mineiros a mesma atracção que o mar sobre os pescadores. Nela, é o infinito das profundezas, nele, o infinito das lonjuras que fascinam; nela, é a fantasmagoria da caserna, a tepidez do útero, a fremência das rebentações, nele, a reverberação da luz, o laminar dos ventos, a fragrância dos delírios que empolgam.

Há numa e no outro fenómenos indizíveis de paixão e ódio, de fim e recomeço, de vida e morte. Por isso, a paixão e o ódio, o fim e o recomeço, a vida e a morte têm nos que se lhes entregam fronteiras de delicadíssima fragilidade, de levíssima indefinição.

O imaginário que os envolve e engrandece, e atemoriza, e fantasia, cedo se nos impôs, se nos dilatou, projectando por artes, por religiosidades, por vertigens, por costumes perturbadores.

O som que se ouve no interior da terra é o oposto do que se escuta no largo dos oceanos. É uma música quase inaudível, uma vibração feita de rarefacções, de fremências, de abismos, de alvas – os capítulos deste registo.

Catedrais cósmicas

Espaços de esventramentos, as minas lembram ao mesmo tempo naves de catedrais e labirintos de duendes. Tudo nelas é desconcertante: o silvo das máquinas e a mudez dos homens, a invisibilidade do desconhecido e os focos dos projectores, a dureza dos movimentos e a candura dos olhares, a lama das sendas e a reverberação dos metais, a amálgama dos estaleiros e a solidão dos operadores.

A tecnologia e a psicologia mais avançadas alteraram nos últimos anos a exploração (mecânica e humana) do sector. Mineiros de picareta e vagoneta nas mãos, rastejando por luras empestadas de silicose, fizeram-se já imagens do passado. Hoje eles são operários especializados no manejo de poderosos e complicados veículos de perfuração, transporte, britagem, movidos com velocidade e perícia por vezes alucinantes.

O universo do interior da Terra lembra o do exterior de planetas captados no cosmos e nele retidos, repetidos até à ficção. Os fatos-macacos de cores fosforescentes, os capacetes de lanternas eléctricas, as botas de canos impermeáveis, as luvas de cabedal enrugado, o marulhar denso dos líquidos, os movimentos crescentes da robotização dão-lhes dimensões de seres fora do conhecido.

Chegam pendularmente para os turnos (seis horas e meia), despem, nas instalações de entrada da empresa, as roupas civis que trocam, em pavilhões próprios, pelas da função que os aguarda.

Passam, depois, o torniquete do controlo e iniciam a descida. De elevador, de carrinha, de jipe, a pé, 400, 700 metros, para as galerias e secções que lhes cabem.

As tarefas desenvolvem-se-lhes ora rápidas e incentivadoras, ora lentas e tensas. Profissão das mais incomuns que se conhecem, a sua impôs-se, há séculos, como de dimensão excepcional.

Seres sagitarianos

A palavra mineiro ganhou, aliás, ressonâncias abissais. Na imaginação geral, os que a exercem transformaram-se em seres sagitarianos, sobrenaturais, metade homens metade máquinas, chispando lodo e luzes, desafios e inquietações.

São uma espécie de sacerdotes-guerreiros, secretos e alquímicos, a perseguirem na terra o oiro dos minérios formados pelas erupções dos gigantescos magmas iniciais.

Portugal (a Ibéria), que sofreu refluxos profundos desses apocalipses, conserva no interior de si estrias fabulosas da sua sedimentação.

Flutuante, em termos de mercado, o nosso País (Neves Corvo, no Alentejo, Guarda, por exemplo, as maiores jazidas de cobre da Europa) tem-se ressentido de euforias e desânimos descontínuos. Desde a pré-história até à actualidade, todos os povos que nos habitaram (os romanos fizeram-se à superfície) desenvolveram explorações intensas.

“No início do século XIX fermentou a ideia da riqueza de jazigos no subsolo português”, anota a historiadora Helena Alves. Na segunda metade desse século verificou-se mesmo uma “febre mineira” em certas zonas. Falava-se, inclusive, numa faixa piritosa peninsular, “cadeia de ferro e cobre que prendia”, no dizer de João Maria Leitão, “o Sado ao Guadalquivir”. Tais notícias atraíram banqueiros, investidores, consórcios estrangeiros (belgas, espanhóis, franceses, ingleses, alemães) e nacionais. E atraíram, sobretudo, populações de quase todo o País. “Quando num local apareciam vestígios do passado, como explorações metalíferas, o povo via logo neles anúncios de riquezas ocultas e misteriosas”, anota Leite de Vasconcellos.

Claustrofobia ao contrário

O sol, o azul, a brisa, o mar, os vales, as árvores acabam por ser esquecidos com o suceder das vidas passadas na penumbra das galerias, onde o tempo se escoa sem alvorada nem ocaso, a preto e branco, sob focos de projectores eléctricos e lufadas de ventilação artificial.

A temperatura, nelas, é invulgarmente tépida. Não há Verão nem Inverno, quase que pode falar-se em Primavera ou Outono permanentes. A humidade morna, atravessada de vibrações de frio e calor, de secura e viscosidade, é a sensação que predomina.

O seu mundo criou como que uma estação própria, fora das dos calendários estabelecidos, conhecidos. Às vezes, à superfície, os termómetros marcam oito graus negativos (como na Panasqueira, em Janeiro), ou trinta e oito positivos (como em Aljustrel, em Agosto), e lá em baixo o mercúrio fixa-se nos dezoito.

Uma espécie de “claustrofobia ao contrário” afecta, a partir de certa altura, muitos dos mineiros. Sentem, no exterior, vertigens, as planuras, as praias, os espaços demasiado abertos e ensolarados causam-lhes insegurança, entorpecimento. Porque gostam do silêncio, eles amam a música; porque se habituaram à solidão, procuram o convívio; porque sabem que viverão pouco, saboreiam o festim. Em muitas das suas comunidades têm existido, aliás, bandas e coros, grupos de teatro e de desporto de projecção nacional. Houve mesmo bandas e coros, grupos de teatro e de desporto que sobreviveram ao encerramento das empresas dos seus componentes, e persistiram vivos, coesos, orgulhosos.

Sem retorno

Muitos dizem que a sua profissão está a chegar ao fim. Há dezenas de anos que (na Europa) lhe prevêem a extinção – por exaustão de reservas, por afectação da ecologia, por concorrência de mercados, por estratégias de globalização, por conveniências de políticas.

Poucos querem, porém, mudar de vida. Vida a que se habituaram com o suceder das gerações (famílias inteiras) e a estabilidade das jornas (acima das médias locais); vida a que os mais novos, porque não lhe acham alternativa, e os mais velhos, porque lhe doaram a alma, se entregam sem retorno.

A sua deusa, Santa Bárbara, parece, por vezes, querer abandoná-los. Expeli-los. Para os salvar?

Para ouvir e reflectir...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"A Súplica", de Fernando Dacosta, na voz de Carmen Dolores

(fotografia de Manuel Luís Cochofel)


Da rádio Antena 2 - Retransmissão do programa Tempo de Teatro realizado por Eduardo Street, em 1985. Texto "A Súplica" de Fernando Dacosta, adaptado por Filipe la Féria. Interpretação da actriz Carmen Dolores.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

o dia seguinte... no Funchal


slideshow de imagens sobre a destruição que o temporal provocou no Funchal

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Deborah Kristal e Fernando Santos - A História e a Entrevista - Revista Time Out


De dia, Fernando Santos, 46 anos, homem tímido. À noite, no palco, Deborah Kristal, rainha da noite de Lisboa. Encostamo-nos ao balcão do Finalmente Club, à uma da manhã, à espera dele. Chega muito discretamente, pela mesma porta por onde entram os clientes. Irreconhecível, sem as plumase a purpurina. Leva-nos até ao camarim, ali ao lado. Mais apertado que o 58 à hora de ponta. Conversamos, enquanto chegam, para se maquilharem, os outros três travestis que o acompanham em palco: Betty Brown, Nyma e Samantha Rox. Fernando Santos tem ascendente. É o director artístico da casa. A sua personagem é a anfitriã dos espectáculos que todas as noites, às três da manhã, fazem encher a discoteca da Rua da Palmeira.
Vêm pessoas de toda a espécie, não só gays, para ver um show que é qualquer coisa entre o teatro de revista e os musicais de casino. Esperam que se abram as pobres cortinas e comecem a piscar as luzes em volta do palco, à moda dos concursos da RTP de má memória – a mística da coisa está toda nisto. Durante uma hora, há canções desgraçadas e orgulhosas. Êxito de bilheteira sempre assegurado.
Fernando Santos é artista há mais de 25 anos. Aos 17, largou a escola e arranjou emprego num pronto-a-vestir da Avenida de Roma. Um amigo cabeleireiro, com quem saía à noite, sugeriu-lhe uma vez que fosse trabalhar para a Fórmula Um, uma boîte na Amadora onde havia shows de travesti. Ele nunca tinha pensado numa coisa dessas, mas arregalou os olhos quando percebeu que era ali que tinha a independência financeira e a liberdade que procurava. Estreou-se como Susy Flower. Na época, início dos anos 80, Lisboa era um paraíso de travestis: só no Príncipe Real, recorda Fernando Santos, havia cinco casas com espectáculos regulares.
Em 1984, adoptou o nome Deborah Snake e passou para o Finalmente. Mas só por dois meses. Não gostou do ambiente e saiu. Andou em digressão, por bares, casinos e cabarets da Europa, e voltou ao Finalmente em 1994, já como Deborah Kristal e director artístico. Saiu mais uma vez em 1996. E regressou em 2000.
Mais do que travesti, considera-se actor. “Não é uma pretensão, são as pessoas que me dizem. E como não é uma nem duas, sou levado a concluir que é verdade e que não estou aqui para fazer de mulher só porque tenho uma pancada qualquer”, ironiza. De vez em quando, aparece noutros palcos, como o da discoteca Mister Gay, na Costa da Caparica. E é convidado para fazer cinema e teatro. Faz de Edgar no novo filme de Luís Filipe Rocha, A Outra Margem, que se estreia esta quinta-feira. E em Junho esteve na peça Desempacotando a Minha Biblioteca, na Gulbenkian.
O à-vontade com que dança e faz playback de divas como Shirley Bassey, Isabel Pantoja ou Rocío Jurado, as suas preferidas, é tudo representação. E o momento final do show, em que chama ao palco alguns espectadores, também. Eles (e elas) costumam ir a medo, mas Deborah Kristal trata-os sempre bem. “É tudo de improviso”, garante. “E mais não digo, é segredo. Os meninos novos [que querem ser travestis] que aprendam e batalhem como eu fiz.” O difícil, no entanto, não é isso. Nem o acertar com o playback. Nem o desenhar os vestidos, para uma costureira da Avenida da Liberdade fazer. “O que custa é ser homem e conseguir ter em palco tanta sensibilidade como uma mulher, ou mais ainda. É uma arte.” E, depois, é preciso não deixar que fora do palco os papéis se confundam. “Talvez nos primeiros tempos isso me tenha acontecido e hoje encontro nos mais novos alguma dessa confusão entre feminino e masculino.”
Ao fim de tantos anos, Fernando Santos está cansado da rotina e quer dar lugar às novas. “Estou a pensar transformar a minha vida mais uma vez”, confessa. “Esta casa garante-nos trabalho todos os dias, mas não tem condições para fazer um espectáculo que me realize e ultrapasse os meus limites.” Em breve, promete esquecer o travesti e dedicar-se só à produção de espectáculos.
Bruno Horta
quinta-feira, 25 de Outubro de 2007

Fernando Santos, 48 anos, conhecido na noite lisboeta como Deborah Kristal, dá corpo a Tónia em Morrer Como um Homem, a nova longa-metragem de João Pedro Rodrigues. Será projectada pela primeira vez em Portugal esta sexta-feira, dia 18, às 22 horas, como filme de abertura do Queer Lisboa, festival de cinema gay e lésbico (no Cinema São Jorge até ao dia 26). A estreia nas salas comerciais está prevista para Outubro.
Trata-se do terceiro filme em que Fernando Santos participa, depois de A Raiz do Coração (2000), de Paulo Rocha, e A Outra Margem (2007), de Luís Filipe Rocha. Desta vez, é protagonista.
Tónia é travesti e namora com Rosário, um heroinómano que quer que ele mude sexo. “Vais ficar sempre assim? Não és carne nem peixe. És um homem com mamas”, diz-lhe Rosário. Tónia resiste à ideia, mas aos poucos torna o seu corpo mais feminino. Será essa a sua tragédia.
Este filme vai pôr muita gente a pensar que, no fundo, todos os travestis gostariam de ser mulheres. Será assim? Muitas pessoas começam a fazer travesti porque têm de facto necessidade de exteriorizar o seu lado feminino. Com os anos, talvez tenham a sorte de saber separar as águas e perceber, como costumo dizer, que de homem não passam e a mulher não chegam. O travesti é uma arte e uma profissão, mas nem todos percebem isso.
Dá por si a chamar a atenção aos novatos que confundem transformismo com identidade sexual? Sem dúvida, muitas vezes. Comecei numa época [início dos anos 80] em que havia meia dúzia de referências que trabalhavam sem essa ideia de feminino fora do palco, mas nem todos têm a mesma sorte.
A vida terrível da personagem Tónia tem alguma coisa que ver com a realidade de hoje ou é um retrato dos loucos anos 80? Já é muito difícil encontrar tanta desgraça. Hoje as pessoas têm mais informação, têm outra cabeça.
E a parte da inveja entre travestis, que também vemos no filme. É passado? Infelizmente ainda acontece. É muito difícil conviver com isso quando se chega a determinado patamar da vida. Isso é feito às vezes de forma muito subtil e perigosa. Mesmo os travestis que já cá andam há alguns anos têm o ego lá em cima, o que é um grande problema.
A Tónia é inspirada na travesti Ruth Bryden [falecida há dez anos]? O fim de vida da Tónia é, sem dúvida, idêntico ao da Ruth Bryden, mas também é o fim de muitos outros travestis. Conheci muitas pessoas ao longo destes anos que podem ser a Tónia. A Ruth Bryden foi apenas o mote para o realizador. Há ali coisas que eu próprio vivi no auge da minha juventude, quando tinha 20 anos e fazia todas as loucuras dessa idade.
Que loucuras eram essas? A bebida, as noitadas, as drogas, o sexo. Fazia eu e faziam os actores e as coristas do Parque Mayer, com quem eu lidava. Ninguém ia para artista para se deitar às nove da noite e acordar às sete da manhã.
Mas hoje é muito certinho. Claro, se tivesse continuado não estaria aqui. Não bebo, não fumo, não me drogo, não faço nada, sou a pessoa mais careta do mundo.
Já conhecia o realizador? Não, nem sabia quem ele era. Foi um amigo comum que nos apresentou. Ele fez muita pesquisa com muitos travestis, quer os que são artistas, quer os que são prostitutos. Nas primeiras abordagens, eu não imaginava que ele me queria para fazer um filme. Estava apenas na fase da pesquisa, queria saber da minha história de vida, das minhas memórias, de situações trágicas ou engraçadas.
E já tinha visto algum filme dele? Nunca. O João Pedro Rodrigues é um excelente profissional, mas eu sou muito romântico e ele vai buscar para os filmes o lado mais difícil da vida. Não preciso mais disso. Quero continuar a alimentar a minha ingenuidade, se é que ainda posso fazê-lo nesta idade.
Vê este filme como o ponto alto da sua vida artística? É um agridoce. É como se o destino estivesse a pôr-me frente àquilo que já vivi e a dar-me razão quando tento fugir do estereótipo do que é um travesti. Acho que o filme é tão realista que assusta. Um travesti está todos os dias rodeado de pessoas embriagadas dentro de um bar, que vivem o dia-a-dia e vão ali descarregar as suas mágoas e frustrações. Essas pessoas projectam em nós aquilo que gostariam de ser e por isso dizem que somos as rainhas da noite e as maiores. Se eu fosse acreditar nisso, viveria numa mentira.
terça-feira, 15 de Setembro de 2009


segunda-feira, 29 de junho de 2009

o cantinho da Companhia Teatral do Chiado @ Arraial Pride 2009

A Companhia Teatral do Chiado (CTC) foi convidada pela ILGA Portugal a participar no Arraial Pride 2009. Deixo aqui algumas fotografias do espaço da CTC e das vistas que foi recebendo ao longo do dia.