"Há uma nudez própria dos que se vestem. Não dissimuladora (seria dar a entender o que se não é), diria ocultante. O dizermo-nos duas vezes; o haver um 'por último', coisa outra que não um lugar primeiro. Sermos contáveis. Contarmos-nos: uns aos outros. No que dizemos e calamos; ocultando-nos proferindo, revelando-nos omitindo. E se é pelos olhos e ouvidos que recebemos o mundo é pelos pés que o desvendamos. E a jornada é por dentro onde caminhos estreitos conduzem a largos sítios, e, como em tudo na vida, o seu inverso: larguezas que se estreitam.
E na boca a pergunta: E depois do amor?
Digo: sou, em certa medida, o teu nome.
Restou-me o nome. A palavra.
Depois do amor o amor é um nome.
Nem alegre,
Nem triste.
Respiração."
Filipe M.
2014/02/08
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