Há alguns «lugares comuns» de que gosto; um deles, talvez o meu preferido, seja o de que existem livros (e por detrás deles quem os escreve) capazes de nos mudarem. Não no sentido de 'reconfigurarem' a nossa essência, para o bem e para o mal atribuída (!?), antes porque capazes de nos dar rumos, possibilidades outras.
Tem anos tomava eu um de muitos cafés solitários e, deitando contas à vida, folheava distraidamente um livro emprestado por uma amiga [por onde andas Ana Costa!?], altamente recomendado, mas no qual, em abono da verdade, não estava minimamente interessado: Vida Conversável, Agostinho da Silva [Assírio & Alvim]. Depois lá concedeu o meu cérebro momentos mais propícios à leitura. Helas!!! Devorei-o. Mudei de rumo, de percurso e curso; conheci novos e (definitivos) amigos: não é assim Duarte e Daniel?
Ficou-me o livro; nunca o devolvi, sem vergonha o admito! Tenho-o aqui, com uma mascarra dum café sobre ele baldado, vivo, remexido, manuseado e (adoravelmente) sublinhado; apossado. Obrigado Ana! É de '98!!! Dez anos num ser humano é tempo que se veja.
Aquele 'Velho' (sublime palavra), sábio, louco, deu-me esse sopro de vida quando minh' águas e ventos eram estagnados. Muitos mundos vieram depois.
«Vida Conversável» devolveu-me isso: Vida e Conversa. Nunca quis matar a minha galinha de ovos d'oiro. Não o tento entender. Guardo-o em mim e dou-o aos outros; não forçosamente este autor e este livro, se me faço entender...
Sem comentários:
Enviar um comentário